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Os sopros são sons gerados por ondas sonoras turbulentas originadas do coração e/ou dos seus vasos. Sabe-se que 50% a 70% das crianças normais terão, em algum momento da infância e adolescência, uma alteração auscultatória que será reconhecida como sopro.

Geralmente os sopros são detectados em consultas de rotina, ou durante atendimentos de problemas comuns, como quadros infecciosos febris, anemia e outros. A identificação do ruído pelo pediatra é o passo inicial de um processo de investigação diagnóstica.

O sopro cardíaco inocente é a alteração da ausculta que ocorre em corações normais. Se houver certeza quanto à natureza benigna (inocente) do sopro, não há necessidade de investigação complementar nem de seguimento ambulatorial pelo cardiologista pediátrico.

No recém-nascido ou na criança no 1° ano de vida faz-se necessário uma investigação mais detalhada, recomendando-se que sejam sempre avaliadas pelo cardiologista pediátrico, mesmo sabendo-se da existência de um sopro inocente nesta faixa etária.

Aqueles casos classificados como sopros duvidosos ou patológicos devem ser encaminhados para avaliação com cardiologista pediátrico. O processo de investigação cardiológica é sequencial, envolvendo exame clínico, eletrocardiograma, radiografia do tórax e ecocardiograma, quando necessário.

Uma questão frequentemente levantada pelos pais é a possibilidade que existe do desaparecimento do sopro. Deve-se orientá-los que a maioria tende a desparecer na adolescência ou na idade adulta. O mais importante é uma melhor orientação quanto à benignidade do ruído.

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Dra.Gisele Leite

Cardiologia Pediátrica - CRM/RN 6433